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you better keep it in check or you´ll end up a wreck and you´ll never...wake up

sábado, julho 15, 2006

Dias Felizes

Está tanto calor nesta estufa que criámos. vamos sufocar-nos. dõem-me as pernas e os braços de tanto ficar quieta e a cabeça de tanto pensar em mexer-me. crio nós de pressões nos tendões e eles prendem. rodo os pulsos e os calcanhares para fazer estalar as articulações enferrujadas,pesadas; a pele transpirada e peganhenta. que peso..toneladas nos pés de chumbo, mais vinte mil nas fontes e trinta sobre o peito. campos de trigo ceifados. uma tarde de verão. 50 graus à sombra. Quero chuva.preciso de uma descarga refrescante nos meus terminais nervosos.preciso lavar-me de vida.preciso de cheiro de terra molhada.

É o Sahara, não te enganes. Tudo à nossa volta. e aqui os oásis não existem. Estamos separados por léguas de areal. que estupidez. e quando as palavras se acabarem?Não as deixes acabar.depois só tens as coisas e a pistola que nunca terás coragem de usar. campaínha atrás de campaínha.

Estou na peça Dias Felizes.Nossa..que brutalidade expressiva..Mas eu de palavras já estou cheia.palavras.só me fazem pensar queno nada que faço.dormir até ao almoço,derreter,não dormir. Faze-me pensar numa carrinha e uma ilha deserta. Num outro sítio que nem sei se quero.oh..Em suma, faz-me pensar e eu já disse que estou farta disso?Não me quero ver,lembrar que não sou todas as pessoas que me imagino.todos os destinos que me sonho.As Férias de Verão perfeitas.sempre para o ano..depois lembro-me dos olhos baços vestidos esbotados das minhas bonecas de porcelana e da miau em cima da cama e das fotos nas molduras coloridas e alegres.[ah..mas que mometnos perfeitos tive,hum?porque é que não me parecem meus?] todos cobertos de pó sobre a mesinha de cabeceira também enterrada numa neve de sabor a antigo e bolorento. E das outras bonecas enfiadas num saco preto. e de todos os outros sonhos bonitos de organização estratégica contra um ataque dos lrp e conspirações sobr eo fim do mundo e a invasão extraterrestre espalhados em todos os cadáveres de pelúcia espalhados pela cama- cada um uma pessoa que passou, mas que fica no eu imutável. Toda a treta.

Derreto..este calor come-me a cabeça.

Só consigo pensar em ondas a rebentar e cheiro a espuma

«É preciso mover-se algo neste mundo!»

E já são3 da tarde...

5 acordou e disse:

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