quinta-feira, dezembro 27, 2007
Ontem sonhei que era um lobo. Não era bem um lobo...era uma espécie lobo raposa fofinho. Mas toda a aldeia me queria apanhar!Perseguiam-me com os seus cães e as suas armas carregadas, para cima e para baixo, entre as vinhas e os campos de milho. Só que eu era mais astuta! Cansava-os e conseguia sempre enganá-los e fugir.
domingo, junho 03, 2007
sms para a Sereia
Na solidão - paz em vez de vazio, segurança em vez de ansiedade.
Porque vou querer estar sempre apenas onde não estou, com quem não estou, ir onde não vou.
Estou sempre a subir e a descer.
Topo.
Baixo.
Histeria.
Depressão.
Nunca os pés no chão,
sempre a ansiedade do movimento!
Nunca a paz da brisa sobre o rosto,
Sempre a tempestade nos cabelos!
Deve ser por isso que gosto de andar de baloiço...
domingo, maio 27, 2007
Desenho no tapete
O Henrique Tiago diz: «Não conseguimos ver o desenho do tapete quando nos encontramos em cima dele». Ainda assim , teimamos em querer ver qualquer coisa no emaranhado de fibras e fios coloridos que tecemos.
Qual é o teu desenho?
Qual é o teu desenho?
quinta-feira, maio 24, 2007
coisas fantásticas - oh happy demon days
Então eu saio deste fórum pela saúde e debate pelo ambiente e penso...
fodasse, somos mesmo inteligentes!Que especial o ser humano, com que classe consegue desvendar os mistérios da sua auto-destruição (lê-os até nos anéis das àrvores que corta e nos grãos conservados dos pólens que homogenizou). Com que mestria desfia o tecido da sua condição, do tom de tragédia psicológica e social com que tinge o seu ego (os seus egos)!
Ena pá, mas que burro é!...Como continua a levá-la a cabo! Perfeito filósofo e artesão da sua cilíndrica degradação (e ainda leva tudo atrás).
Há coisas de facto fantásticas...
fodasse, somos mesmo inteligentes!Que especial o ser humano, com que classe consegue desvendar os mistérios da sua auto-destruição (lê-os até nos anéis das àrvores que corta e nos grãos conservados dos pólens que homogenizou). Com que mestria desfia o tecido da sua condição, do tom de tragédia psicológica e social com que tinge o seu ego (os seus egos)!
Ena pá, mas que burro é!...Como continua a levá-la a cabo! Perfeito filósofo e artesão da sua cilíndrica degradação (e ainda leva tudo atrás).
Há coisas de facto fantásticas...
casa dos espelhos
Porque ela diz que não é que as pessoas sejam más. Que é uma questão de dinâmica; há alguém que domina e outro que se deixa dominar. «Dogville lembras-te?» Relações de anulamento ou completar.
Suponho que sim.
Mas estou cansada de jogos de espelhos...
Suponho que sim.
Mas estou cansada de jogos de espelhos...
domingo, maio 20, 2007
(dev)loucura
Ver a vida passar à frente dos meus olhos como um filme.drama queen. pessoas, as palavras que lhes saem da boca, rápidas, não as oiço. Só os lábios a mexer. Momentos..segundos que se arrastam.Imagens fragmentadas;rua estrada. Tudo muito rápido, desfocado - realidade pixelizada que sinto apenas roçar-me muito ao de leve. Também eu giro mas por fora. Fora de tudo.Observador ao alto, mudo.
Faço esforço de concentração. Limpar os ouvidos que chiam. A cabeça que pesa para o adormecer. Tudo núvio. Obrigo-me a falar. Assuta-me este desligar. É como se tivesse sempre algo de errado em mexer também a boca. Não me sinto aqui. Parece que vou acordar e tudo á volta desfazer-ser aos poucos. Não é real. Não o sinto real. Deslizar...Sempre nadando, nadando até à superfície que vejo sempre deformada em marca de água, mas a qual nunca consigo alcançar. Tenho medo. Medo. Vou-me afogar. Afogar em mim. Presa no meu mundo subaquático. debato-me, sacudo calcanhares para me soltar, mas meu corpo é de chumbo. Vou afundar. A água chegou-me às fontes já. Vejo o chão de areia a girar e oiço tudo ao fundo. Músculos a prender.
Vou fechar os olhos. Não quero mais a minha loucura.Não aguento mais a minha loucura. Não aguento!
Quero ser real, mas como nunca o serei tenho de me libertar. Esta realidade não é a minha.
Vou fechar os olhos e deixar a àgua entrar, alagar-me e levar com ela a minha alma.
Faço esforço de concentração. Limpar os ouvidos que chiam. A cabeça que pesa para o adormecer. Tudo núvio. Obrigo-me a falar. Assuta-me este desligar. É como se tivesse sempre algo de errado em mexer também a boca. Não me sinto aqui. Parece que vou acordar e tudo á volta desfazer-ser aos poucos. Não é real. Não o sinto real. Deslizar...Sempre nadando, nadando até à superfície que vejo sempre deformada em marca de água, mas a qual nunca consigo alcançar. Tenho medo. Medo. Vou-me afogar. Afogar em mim. Presa no meu mundo subaquático. debato-me, sacudo calcanhares para me soltar, mas meu corpo é de chumbo. Vou afundar. A água chegou-me às fontes já. Vejo o chão de areia a girar e oiço tudo ao fundo. Músculos a prender.
Vou fechar os olhos. Não quero mais a minha loucura.Não aguento mais a minha loucura. Não aguento!
Quero ser real, mas como nunca o serei tenho de me libertar. Esta realidade não é a minha.
Vou fechar os olhos e deixar a àgua entrar, alagar-me e levar com ela a minha alma.
lost keys
um arrastar de nosta suspensa a ecoar na minha cabeça em escala ascendente desenha-se dentro de mim dedilhando as minhas entranhas suavemente infiltrando-se como o nevoeiro prata cinza ofuscante da manhã que respiro em forma quadrada esbotada de janela sabe a pó mas começa a chover e o molhado da terra invade-me todo o sistema circulatório embalando-me em pêlos arrepiados bebendo dos poros alagados no descambar aquoso dos meus terminais nervosos a água sobe lentamente até às fontes o seu murmúrio faz-me fechar os olhos e adormeço.
lost keys for entropy, liquid sorow and melting orgasm.
lost keys for entropy, liquid sorow and melting orgasm.
sábado, maio 05, 2007
apolos dionísicos, dionísicos apolos
somos budistas escrevendo comédias, sentido tragédias.
escrevendo tragédias, sentido comédias.
tecendo perfeitas tragédias,
encontramos a perfeita sinestesia,
chamamos dionísio,
que traímos depois com o raciocínio e a harpa de apolo,
transformando-as em comédias,
as que não conseguimos sentir.
querendo ser um todo,
não querendo deixar de ser um eu.
a consciência torna-nos a todos cobardes, sim hamlet,
mas a liberdade egoístas também.
escrevendo tragédias, sentido comédias.
tecendo perfeitas tragédias,
encontramos a perfeita sinestesia,
chamamos dionísio,
que traímos depois com o raciocínio e a harpa de apolo,
transformando-as em comédias,
as que não conseguimos sentir.
querendo ser um todo,
não querendo deixar de ser um eu.
a consciência torna-nos a todos cobardes, sim hamlet,
mas a liberdade egoístas também.
Smoking my lucky strike
Sento-me nas escadas para a imperial no tasco do costume.Noite calada dos subúrbios do outro lado , canaviais do Tejo, vermelho de braços abertos sempre à vista, na procura das ninfas.
Fumo a minha lucky strike, com a minha irmã, em silêncio, a meu lado.
- Filha americana do x sem deus, um resto de sonhar de sessenta a querer rasgar num pensamento velho europeu e olhar daquele quê de saudade para o nevoeiro do meu país perdido para a beira-mar
Fumo a minha lucky strike, com a minha irmã, em silêncio, a meu lado.
- Filha americana do x sem deus, um resto de sonhar de sessenta a querer rasgar num pensamento velho europeu e olhar daquele quê de saudade para o nevoeiro do meu país perdido para a beira-mar
segunda-feira, março 19, 2007
exacerbar narcísico pós-pessimista - "vida moderna"
hoje fui ao fórum comprar um pai.
acessos congestionados.
estava cheio.
o parque de estacionamento lotado.
filas para os embrulhos.
filas para o multibanco.
filas para a bomba de gasolina.
uma segunda-feira à tarde.
depois lembrei-me..a taxa de desemprego está mesmo alta!
Ainda bem que a crise nos permite ir passear ao centro comercial.
Cada um gasta o seu tempo livre como quer.
Estava lá o primeiro modelo da «carrinha hippie» em exposição - atracção principal de um centro comercial.
ouve :
«vai.corre.vê.toca.compra.veste.gasta.procura.momentos.sentimentos.roupa.telemóveis.argolas.
bandoletes.ténis.e sai.no dia de sol vai à praia brincar ao verão.enche o depósito, pra ires alugar um filme e vegetar no ecrâ. sai à noite brincar à festa.vai.corre.vê.toca.beija.sente.gasta.acorda.»
bis
Eu quando ando no carro tenho de ter a janela aberta e não aguento mais de meia hora de encontrões dentro do fórum sem rebentar aneurisma - o da vida moderna.
yet, falo em inglês e o meu sonho é o de ir naquela carrinha, ser «hippie» também.
Vou-me sentar no banco de jardim com o pessoal a existir.a falar da perfeita entropia.a rir-me dos «outros».tão especial e diferente.a embebedar-me e drogar-me yey - filhos da revolução morta.
- a vida moderna
acessos congestionados.
estava cheio.
o parque de estacionamento lotado.
filas para os embrulhos.
filas para o multibanco.
filas para a bomba de gasolina.
uma segunda-feira à tarde.
depois lembrei-me..a taxa de desemprego está mesmo alta!
Ainda bem que a crise nos permite ir passear ao centro comercial.
Cada um gasta o seu tempo livre como quer.
Estava lá o primeiro modelo da «carrinha hippie» em exposição - atracção principal de um centro comercial.
ouve :
«vai.corre.vê.toca.compra.veste.gasta.procura.momentos.sentimentos.roupa.telemóveis.argolas.
bandoletes.ténis.e sai.no dia de sol vai à praia brincar ao verão.enche o depósito, pra ires alugar um filme e vegetar no ecrâ. sai à noite brincar à festa.vai.corre.vê.toca.beija.sente.gasta.acorda.»
bis
Eu quando ando no carro tenho de ter a janela aberta e não aguento mais de meia hora de encontrões dentro do fórum sem rebentar aneurisma - o da vida moderna.
yet, falo em inglês e o meu sonho é o de ir naquela carrinha, ser «hippie» também.
Vou-me sentar no banco de jardim com o pessoal a existir.a falar da perfeita entropia.a rir-me dos «outros».tão especial e diferente.a embebedar-me e drogar-me yey - filhos da revolução morta.
- a vida moderna