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you better keep it in check or you´ll end up a wreck and you´ll never...wake up

domingo, maio 27, 2007

Desenho no tapete

O Henrique Tiago diz: «Não conseguimos ver o desenho do tapete quando nos encontramos em cima dele». Ainda assim , teimamos em querer ver qualquer coisa no emaranhado de fibras e fios coloridos que tecemos.

Qual é o teu desenho?

quinta-feira, maio 24, 2007

coisas fantásticas - oh happy demon days

Então eu saio deste fórum pela saúde e debate pelo ambiente e penso...
fodasse, somos mesmo inteligentes!Que especial o ser humano, com que classe consegue desvendar os mistérios da sua auto-destruição (lê-os até nos anéis das àrvores que corta e nos grãos conservados dos pólens que homogenizou). Com que mestria desfia o tecido da sua condição, do tom de tragédia psicológica e social com que tinge o seu ego (os seus egos)!
Ena pá, mas que burro é!...Como continua a levá-la a cabo! Perfeito filósofo e artesão da sua cilíndrica degradação (e ainda leva tudo atrás).
Há coisas de facto fantásticas...

casa dos espelhos

Porque ela diz que não é que as pessoas sejam más. Que é uma questão de dinâmica; há alguém que domina e outro que se deixa dominar. «Dogville lembras-te?» Relações de anulamento ou completar.
Suponho que sim.
Mas estou cansada de jogos de espelhos...

domingo, maio 20, 2007

(dev)loucura

Ver a vida passar à frente dos meus olhos como um filme.drama queen. pessoas, as palavras que lhes saem da boca, rápidas, não as oiço. Só os lábios a mexer. Momentos..segundos que se arrastam.Imagens fragmentadas;rua estrada. Tudo muito rápido, desfocado - realidade pixelizada que sinto apenas roçar-me muito ao de leve. Também eu giro mas por fora. Fora de tudo.Observador ao alto, mudo.
Faço esforço de concentração. Limpar os ouvidos que chiam. A cabeça que pesa para o adormecer. Tudo núvio. Obrigo-me a falar. Assuta-me este desligar. É como se tivesse sempre algo de errado em mexer também a boca. Não me sinto aqui. Parece que vou acordar e tudo á volta desfazer-ser aos poucos. Não é real. Não o sinto real. Deslizar...Sempre nadando, nadando até à superfície que vejo sempre deformada em marca de água, mas a qual nunca consigo alcançar. Tenho medo. Medo. Vou-me afogar. Afogar em mim. Presa no meu mundo subaquático. debato-me, sacudo calcanhares para me soltar, mas meu corpo é de chumbo. Vou afundar. A água chegou-me às fontes já. Vejo o chão de areia a girar e oiço tudo ao fundo. Músculos a prender.
Vou fechar os olhos.
Não quero mais a minha loucura.Não aguento mais a minha loucura. Não aguento!

Quero ser real, mas como nunca o serei tenho de me libertar. Esta realidade não é a minha.


Vou fechar os olhos e deixar a àgua entrar, alagar-me e levar com ela a minha alma.

lost keys

um arrastar de nosta suspensa a ecoar na minha cabeça em escala ascendente desenha-se dentro de mim dedilhando as minhas entranhas suavemente infiltrando-se como o nevoeiro prata cinza ofuscante da manhã que respiro em forma quadrada esbotada de janela sabe a pó mas começa a chover e o molhado da terra invade-me todo o sistema circulatório embalando-me em pêlos arrepiados bebendo dos poros alagados no descambar aquoso dos meus terminais nervosos a água sobe lentamente até às fontes o seu murmúrio faz-me fechar os olhos e adormeço.

lost keys for entropy, liquid sorow and melting orgasm.
A chuva também molha as nuvens.

sábado, maio 05, 2007

apolos dionísicos, dionísicos apolos

somos budistas escrevendo comédias, sentido tragédias.
escrevendo tragédias, sentido comédias.
tecendo perfeitas tragédias,
encontramos a perfeita sinestesia,
chamamos dionísio,
que traímos depois com o raciocínio e a harpa de apolo,
transformando-as em comédias,
as que não conseguimos sentir.
querendo ser um todo,
não querendo deixar de ser um eu.

a consciência torna-nos a todos cobardes, sim hamlet,
mas a liberdade egoístas também.

Smoking my lucky strike

Sento-me nas escadas para a imperial no tasco do costume.Noite calada dos subúrbios do outro lado , canaviais do Tejo, vermelho de braços abertos sempre à vista, na procura das ninfas.

Fumo a minha lucky strike, com a minha irmã, em silêncio, a meu lado.

- Filha americana do x sem deus, um resto de sonhar de sessenta a querer rasgar num pensamento velho europeu e olhar daquele quê de saudade para o nevoeiro do meu país perdido para a beira-mar